segunda-feira, 28 de maio de 2012

E se as conferências não existissem nos playoffs...

Considerando:
1 - Melhor equipa
2 - Melhor equipa da outra conferência
3 a 6 - Restantes campeões das divisões
7 a 16 - Equipas alinhadas consoante o record...
 
Esta época, as parelhas seriam as seguintes:
(1) Bulls Vs (16) Sixers
(2) Spurs Vs (15) Jazz
(3) Thunder Vs (14) Mavs
(4) Heat Vs (13) Knicks
(5) Lakers Vs (12) Magic
(6) Celtics Vs (11) Nuggets
(7) Pacers Vs (10) Clippers
(8) Grizzlies Vs (9) Hawks

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Linsanity

Jeremy Lin deverá ser o caso de sucesso mais estranho de sempre no desporto...
De esquecido no fundo do banco, passou a ser um dos melhores jogadores da NBA...
E o hype já é tal que será inaceitável que, com o regresso do Carmelo Anthony, ele passe a ter menos bola nas mãos...
Depois de 11 derrotas em 13 jogos, Lin apareceu e os Knicks levam já 6 vitórias consecutivas...
Nesses jogos, as suas médias foram 26.8pts, 8.5ast e 3,8res, além de se ter transformado, num ápice, no "go-to-guy"... É impressionante!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Ricky Rubio

Comecei a época entusiasmado com os Clippers mas os Wolves são a equipa que tenho seguido mais atentamente. A principal razão: Ricky Rubio!

Rick Adelman, o experiente treinador dos Wolves a caminho das 1000 vitórias na 21ª época à frente de uma equipa da NBA, foi inteligente na forma como lançou o base espanhol para a ribalta. Nos primeiros dez jogos da época, Rubio foi suplente. Mas não um suplente qualquer pois esteve em campo na totalidade dos quartos períodos de cada uma dessas partidas. Ao 11º jogo foi-lhe concedida a titularidade.

É certo que as lesões de jogadores tidos como fundamentais ajudaram (Beasley, Barea), mas as oportunidades são para se agarrar e Rubio agarrou-as.

O imediato contributo do jovem base para a sua equipa está acima das melhores expectativas. Rubio, apesar da já longa fama que o precede, carecia de boas estatísticas no Barcelona ou na selecção espanhola. Os analistas americanos sabiam apenas que Rubio se trataria de um jovem jogador espanhol que se tornara profissional aos 14 anos, jogara na selecção espanhola, havia sido seleccionado no draft em 2009 e se recusara a estrear na NBA nessa e na época seguinte. Sabiam também que, no campeonato da Europa de sub-16, além de ter sido o MVP da competição, na final, marcou 51 pontos, ganhou 24 ressaltos, fez 12 assistências e roubou 7 bolas.

Recordo-me das dúvidas levantadas poucos dias antes da época começar: É um fraco lançador e, nos restantes capítulos do jogo, é bom em todos mas sem ser extraordinário em qualquer deles. De todas as opiniões que tive oportunidade de ler, americanas, portuguesas e, inclusive, algumas espanholas, não houve uma que defendesse inequivocamente que o Rubio viria a ter impacto na NBA. Mas tem, não só pelo seu desempenho mas, conforme explicarei mais à frente, na forma como se pensa o basquetebol na NBA.

Quais são então os "números" do Rubio quando nos aproximamos do final do primeiro terço da época?

19 jogos; 33.8 min; 38,7% FG; 35,7% 3pts; 81,6% LL; 4,6 Res; 8,8 Ast; 2,4 RB; 3,42 TO; 11,4 Pts.

O desempenho do Rubio, avaliado somente pelas estatísticas, já poderá ser considerado bom. Convém, no entanto, comparar com os restantes jogadores:
- 3º em assistências por jogo;
- 3º em roubos de bola;
- 14º no rácio Assistências por perda de bola;
- 13º em duplo-duplos;
- 24º em LL por 48 minutos;
- 36º em minutos por jogo;
- 1º em assistências por 48 minutos;
- 1º em roubos de bola por 48 minutos;
- 34º em ressaltos por 48 minutos;
- 27º no ranking da eficiência.

Se limitarmos a análise aos rookies, a sua posição nos rankings é a seguinte:
- 4º em pontos por jogo (1º Kyrie Irving - 17,6);
- 1º em assistências por jogo (2º Kyrie Irving - 4,8)
- 1º em duplo-duplos
- 4º em percentagem de lançamento;
- 7º em percentagem de lançamento de 3 pontos;
- 2º em percentagem de lances livres;
- 6º em ressaltos por jogo;
- 1º em roubos de bola por jogo;

Se restringirmos a análise a bases, a sua posição nos rankings é a seguinte:
- 3º em assistências por jogo;
- 11º em ressaltos por jogo;
- 3º em roubos de bola por jogo;
- 50º em pontos por jogo;

Se excluirmos os três primeiros jogos, as suas médias são as seguintes:
12.8 Pts, 9,8 Ast; 4,9 Res; 2,7 RB

As estatísticas não se ficam por aqui. Por exemplo, no +/- (diferença pontual de uma equipa quando um jogador está em campo), Rubio está em 47º (77 pontos positivos) e é o melhor jogador dos Wolves (9V-10D) neste item.

Com Ricky Rubio em campo, por cada 100 posses de bola, os Wolves marcam 106,5 pontos. Sem a sua presença, ficam-se por 97,3. Defensivamente também se nota a sua influência. Se, com ele em campo, os Wolves sofrem 98,1 pontos por 100 posses de bola, sem o base sofrem 106,3.

Finalmente, Rubio lidera a NBA em assistências para lançamentos de 3 pontos e está em 2º nas faltas ofensivas provocadas.

Importa ainda referir que, na época passada, os Wolves terminaram com 17 vitórias e 65 derrotas e, ao fim de 19 jogos, o seu desempenho cifrava-se em 4 vitórias e 15 derrotas. Se nos recordarmos que duas das principais figuras dos Wolves (Barea e Beasley) não têm jogado devido a lesões, é mais que evidente o enorme impacto que a chegada de Rubio teve para a equipa de Minnesota.

São tantos os itens estatísticos onde se nota o excelente desempenho do rookie espanhol que qualquer consideração subjectiva poderá parecer desnecessária. Mas não é!

Além da avaliação estatística, quem vê os Wolves a jogar, vê uma equipa que, além de ser competente no capítulo defensivo, ofensivamente apresenta um basquetebol bonito, quase linear. Com Rubio em campo, os seus colegas são obrigados a estar permanentemente atentos e preparados para receber a bola mesmo que, aparentemente, não haja possibilidade de a receberem. Se não o estiverem, a equipa é prejudicada não pela incapacidade do base em efectuar o passe mas porque se perdeu uma boa hipótese de recepção de um passe para um lançamento fácil. Os contra-ataques, quando conduzidos por Rubio, são invariavelmente bem definidos. E o controlo da posse de bola, bem como os ritmos no jogo, são, na maior parte das vezes, os indicados no que respeita às necessidades da equipa e aos "tempos" do jogo. Não será por acaso que, mesmo sendo suplente nos primeiros dez jogos, Rubio foi utilizado 12 minutos em cada 4º período de cada um desses jogos...

Tendo em conta que o espanhol está no seu primeiro ano na NBA, o que devemos esperar de si nos próximos anos? A meu ver, não muito mais do que temos visto. É certo que melhorará, até porque espero uma melhoria colectiva da sua equipa, mas não creio que estejamos na presença de uma amostra do que será no futuro. Acredito que melhorará na percentagem de lançamento, ganhará estatuto e haverá mais entrosamento com os colegas. Isto, só por si, significará melhores médias. No entanto, aquilo que considero ser a principal característica de Rubio, o QI basquetebolístico, já estará num patamar apenas reservado aos grandes jogadores como John Stockton, Magic Johnson ou Jason Kidd.

Por outro lado, convém referir que esta é uma temporada atípica. O facto de se jogar 5 ou 6 vezes por semana, impede que as equipas se preparem convenientemente do ponto de vista defensivo. Além da fadiga, não há tempo para montar ou, pelo menos, sistematizar, estratégias defensivas para cada adversário. Seguindo a mesma ordem de ideias, a falta de tempo para treino não ajuda os jogadores que dele necessitam para melhorar aspectos negativos ou menos positivos do seu jogo. No caso de Rubio, o lançamento é a sua principal lacuna.

Gostaria ainda de referir sucintamente algo sobre o Rubio a a NBA que parece paradoxal: O base é melhor jogador na melhor e mais competitiva liga do mundo do que em competições inferiores. Na minha opinião, tal deve-se a quatro factores: As características de Rubio (inteligência, capacidade de passe e experiência competitiva ao mais alto nível tanto em clubes como na selecção, ou seja, não é um rookie normal); A qualidade dos colegas de equipa; As restrições à forma como se pode defender na NBA; A menor importância que se confere aos aspectos defensivos do jogo na NBA.

Para terminar, creio que o Rubio terá um grande impacto no futuro próximo da NBA e do basquetebol. Depois de alguns anos em que os bases se notabilizaram pela capacidade de jogar 1X1, houve uma quase total diluição entre as posições "base" e "segundo base" e criou-se, inclusivamente, uma nova posição, o "point-forward", surgiu agora o Rubio, com sucesso, mais na linha clássica do que deverá ser um base. O gosto pelo acto de passar a bola, estou certo, ressurgirá entre os jovens praticantes de basquetebol.

domingo, 22 de janeiro de 2012

O problema defensivo dos Clippers

No último post, "Dar tempo ao tempo", referi as dificuldades defensivas dos Clippers que resultam da incapacidade do seu poste, Deandre Jordan, em defender correctamente os pick and rolls. Há várias formas de abordar defensivamente este movimento ofensivo e estas variam consoante as características dos jogadores que atacam.

Na NBA, com as limitações defensivas impostas pelas regras, o que implica que a ajuda do lado contrário seja menos eficiente, este movimento é utilizado mais frequentemente. Quem defende o poste tem que, ao mesmo tempo, conseguir dar um tempo de ajuda ao colega que sofre o bloqueio e posicionar-se de forma a, por um lado, bloquear o seu jogador de forma a lutar pelo ressalto caso o atacante contrário se decida por um lançamento ou, por outro, evitar que o bloqueador desfaço o bloqueio em direcção ao cesto.

Um jogador que não saiba interpretar a forma como se deverá abordar uma situação como esta, faz com que haja, recorrentemente, um corredor aberto em direcção ao cesto. É o caso do Deandre Jordan.

No entanto, os problemas defensivos dos Clippers, embora comecem na falta de conhecimento do jogo do seu poste, não se esgotam na defesa ao pick and roll.

Poderá parecer paradoxal mas o jogador com melhor média de desarmes de lançamento por jogo na NBA chama-se... Deandre Jordan! Mas a que custo?

Os desarmes de lançamento são lances espectaculares, merecedores, inclusivé, de uma secção de vídeosa estes dedicada no site da NBA para deleite dos fãs de basquetebol. As vantagens de ter bons "abafadores" são óbvias: Diminuem a percentagem de lançamento adversária; intimidam e desmoralizam os jogadores contrários; entusiasmam a equipa; propiciam contra-ataques; retiram tempo de ataque. Mas volto a perguntar: A que custo?

Será aqui que entrará a inteligência. Os desarmes de lançamento de nada servirão se forem encarados como um fim em si próprios. Ou seja, dar um abafo para as câmaras de televisão, a malta agradece e aplaude mas não implica, obrigatoriamente, que a equipa beneficie com isso. Isto porque, geralmente, nos casos de jogadores que vivem para o desarme de lançamento, há inúmeras tentativas de desarme de lançamento que resultam em desarme de lançamento falhado.

Tal não seria um grande problema se a tentativa de desarme de lançamento ocorresse como a conclusão individual de toda uma acção defensiva colectiva. Mas, nos Clippers, o que acontece invariavelmente é que o Deandre Jordan remete para segundo plano a defesa ao seu jogador. Como é poste, ao falhar o desarme de lançamento, dá de bandeja a possibilidade do seu adversário directo ganhar o ressalto ofensivo e efectuar um lançamento fácil próximo do cesto (os Clippers são a 5ª equipa da NBA que sofre mais pontos de 2ºs lançamentos). Esta atitude defensiva torna-se ainda mais prejudicial à sua equipa quando, pela frente, existe um base inteligente que detecta facilmente a possibilidade de uma assistência fácil para um jogador próximo do cesto.



Não será então de menosprezar a subida de rendimento dos Clippers (7 vitórias nos últimos 10 jogos, apesar de algumas lesões) com o regresso ao activo do esforçado e certinho Reggie Evans. Um jogador que nasceu para defender e ganhar ressaltos mas que passa ao lado dos highlights... Concluindo: Acredito no potencial dos Clippers, nomeadamente se o seu poste - o melhor desarmador de lançamentos da liga - aprender a defender...

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Dar tempo ao tempo

Uma das conclusões "precipitadas" que se poderão tirar esta época, é a de que os Heat estão melhores do que no ano transacto. Outra será a de que os Clippers poderão ser a grande surpresa no Oeste.

A razão é a mesma: Terminar o deslumbramento!

Se, na época passada, pareceu-me que os Heat funcionaram numa lógica de deslumbre face à incorporação do LeBron James no plantel, fazendo com que o seu jogo ofensivo se limitasse praticamente à conclusão das jogadas por auto-recreação das suas maiores estrelas, os Clippers carregam já o "fardo" de serem não de Los Angeles mas de Lob City.

O eventual sucesso dos Heat esta época passará necessariamente por começarem, como parece que o estão a fazer, a jogar como uma equipa. De facto, é de realçar que, nos primeiros três jogos, o LeBron e o Wade não tentaram sequer lançar um único triplo, deixando a despesa dessa tarefa para jogadores como o Chalmers, Cole ou Battier, que além de serem bons lançadores, beneficiam das sobrecargas defensivas às estrelas maiores e estão, invariavelmente, sozinhos e enquadrados.

Este colectivismo propicia que, nos momentos decisivos, os restantes jogadores se sintam mais enquadrados nas necessidades da equipa e potencia óbvias vantagens no plano defensivo pois, para um jogador, é mais fácil defender quando se sente parte de um todo e não somente quando acaba por ser uma mera muleta.

Os Clippers não parecem, para já, padecer exactamente do mesmo problema mas não andará assim tão longe. Há duas razões geradoras do entusiasmo generalizado por esta equipa: Bons jogadores e jogadas espectaculares, tanto ofensivas como defensivas.

Tenho seguido o seu percurso com atenção. Reparei que, à excepção do jogo de ontem à noite, em que derrotaram os Blazers, sempre que há um alley hoop (ou lob pass, como agora tem sido referido), a concentração defensiva é menor sofrendo, invariavelmente, um cesto fácil. No capítulo defensivo, as intervenções do Deandre Jordan são constantemente elogiadas. Qual ventoinha, são abafos de toda a maneira e feitio. No entanto, a sua incapacidade para defender pick and rolls faz com que os Clippers sejam, para já, uma equipa muito permeável. Corrigindo estes aspectos e assegurando a integração progressiva dos bons jogadores como Caron Butler, Mo Williams, Chris Paul e Chauncey Billups, estou em crer que residirá nos Clippers uma aposta segura para um grande desempenho esta temporada.