domingo, 28 de fevereiro de 2016

Steph Curry - A história a acontecer

Ontem, por volta da 1:30, disse à minha namorada que estava cheio de sono e que, provavelmente, iria dormir. Apesar de ter sido sincero no plano das intenções, tanto eu como ela sabíamos que o mais certo seria manter-me acordado, pois jogariam os Warriors daí a pouco.

Deixar de ver uma partida desta equipa é, potencialmente, perder uma oportunidade de ver a história do basquetebol a acontecer. Em parte, porque os Warriors são uma das melhores equipas de sempre e teimam em contrariar os arquétipos da modalidade. Mas, sobretudo, porque cada exibição do Steph Curry poderá ser uma daquelas que será vista e revista passados vinte anos.

Ontem, numa noite em que a sua equipa se deslocou ao pavilhão de um dos seus adversários mais temíveis e não estava particularmente inspirada, o Curry decidiu contrariar a realidade, elevando as suas acções a um plano que, normalmente, está reservado apenas aos deuses. 12 triplos convertidos em somente 16 tentados é inacreditável. Todas as outras coisas que o base dos Warriors fez ao longo do jogo, em que se lesionou e necessitou de ir ao balneário para ser assistido, foram surreais. No entanto, é na última jogada do jogo que reside a maior causa de admiração e, porque não, veneração por este miúdo que, apesar de ser o melhor jogador da actualidade e um dos melhores de sempre, não se notabiliza minimamente pelas suas características físicas, mas antes pela sua técnica assombrosa, instinto inigualável e criatividade inimitável.

Com posse de bola a 5 segundos do fim, o normal seria pedir um desconto de tempo e preparar uma jogada. Para quê?

A 3 segundos do fim e pouco à frente da linha do meio campo, o normal seria continuar a driblar e aproximar-se do cesto. Para quê?

Em boa verdade, o Steph Curry estava enquadrado com o cesto, a distância era apenas um pormenor relativo às leis da física, as quais, aparentemente, não se lhe aplicam. Lance decisivo, dez ou onze metros e cá vai disto, vitória para Golden State. Saltei e festejei como se tratasse de um golo do Benfica. Abençoada internet, que nos permite ver a história a acontecer.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Cuidado com a falta ofensiva!